Já pensou em matar a sede bebendo água de um hidrante? Parece loucura, não? Mas com a informação pode acontecer algo bem parecido.
A internet colocou o mundo na palma das nossas mãos, ao alcance de um clique. A questão é: como navegar com segurança, sem se afogar em fake news, dados manipulados ou bolhas de desinformação?
Por Daniela Machado
Vivi a era da escassez. A informação era limitada àquilo que cabia nos livros ou em um punhado de jornais e revistas.
(Não tenho saudade alguma de quando os volumes enormes da Barsa lotavam os armários de casa e fazer uma pesquisa escolar era um exercício de musculação para os braços.)
Vivemos hoje a era da abundância. E praticamente não há limites para o volume de informações que a tecnologia nos permite acessar.
É claro que essa mudança é magnífica! Não tenho dúvida de que mais informação é SEMPRE melhor do que menos. Mas também não tenho dúvida de que é preciso desenvolver algumas habilidades para tirar o melhor proveito de tanto conteúdo.
Ter acesso à tecnologia é condição essencial mas não suficiente para que a infinidade de informações ao nosso alcance tenha algum significado e contribua para a construção de um mundo melhor. É nesse ponto que entra a EDUCAÇÃO MIDIÁTICA (ou letramento midiático).
A educação midiática busca desenvolver habilidades para que sejamos capazes de ler as notícias de forma crítica, refletir sobre os interesses por trás de cada informação, ponderar antes de compartilhar. Num mundo tão conectado, ter as competências para “separar o joio do trigo” é um baita diferencial.
Um amplo levantamento* feito nos Estados Unidos mostrou que adolescentes de baixa renda e com menos oportunidades na educação estão mais suscetíveis a gastar boa parte do dia em frente a uma tela, passivamente. Sem o letramento midiático, os “novos excluídos digitais” serão aqueles que, embora com acesso à tecnologia, não têm condições de fazer o melhor uso dela.
(*censo elaborado nos Estados Unidos pelo Common Sense Media)
Daniela Machado é jornalista e cofundadora do reZOOM. Tem 20 anos de experiência como repórter e editora em importantes veículos de comunicação, como Reuters e Valor Econômico.
2 thoughts to “Da escassez à era do exagero”
Olá. Gostei muito desta proposta midiática. Pois, os jovens da atualidade precisam ter interesse pelo o que acontece no mundo além das redes sociais.
Devemos sempre está atentos as notícias atuais .Mas nunca deixar de nos – c ertificarmos de onde vem a informação e sua procedência.